segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Emídio Guerreiro sobre Guimarães - Capital Europeia da Cultura

Declaração política do PSD acerca de Guimarães - Capital Europeia da Cultura, pela voz do deputado Emídio Guerreiro.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Capital Europeia da Juventude na face escura da informação nacional

Braga é este ano a Capital Europeia da Juventude. Não é todos os dias, nem todos os anos, que uma cidade portuguesa assume protagonismo internacional. O Distrito de Braga, assume-o este ano duas vezes, somando a Capital Europeia da Cultura, em Guimarães, à Capital Europeia da Juventude, em Braga.

Existe um amplo consenso acerca das oportunidades que se abrem com estas iniciativas. Todos estamos empenhados em garantir o seu sucesso e em ver nelas alavancas para o nosso relançamento enquanto unidade territorial. Ambas as iniciativas têm importância social, turística e política. O arranque do programa oficial da Capital Europeia da Juventude tem todas estas componentes, não apenas pelo que significam para os que lá vivem e trabalham mas até pelo que representam para os muitos emigrantes portugueses espalhados pelo Mundo e que se revêm na sua terra.

Contudo, do ponto de vista noticioso, o início do programa foi quase ignorado, pese embora as sinergias que potencialmente estavam criadas com a coexistência da Capital Europeia da Cultura em Guimarães. Apenas, o Portocanal, um canal regional, por cabo, investiu na transmissão da cerimónia de abertura. Bem-haja pelo seu esforço.

Portugal possui hoje quatro canais de televisão em sinal aberto, dois deles de serviço público e um deles está especialmente vocacionado para temas culturais e sociais. Possui ainda, na orbita da RTP, vários canais especializados em informação a transmitir 24 horas, no cabo. As suas linhas editoriais e opções jornalísticas são, evidentemente, da responsabilidade dos profissionais que compõem a redação e, claro está, das respetivas direções de informação. Não nos compete pôr em causa essas opções editoriais nem tão pouco comentar ou imiscuirmo-nos no trabalho diário e gestão de agenda das respetivas redações. Mas isso não significa que os habitantes deste distrito e os portugueses de uma forma geral se inibam de ter sentido crítico acerca das escolhas e coberturas jornalísticas dos principais órgãos de informação nacionais.

Se às TV’s privadas cabem, também, compromissos públicos como resultado da sua própria atividade como órgão de comunicação social e do caderno de encargos que assumiram ao candidatar-se a um alvará, é à RTP que cabe a maior parte da responsabilidade de cumprimento do serviço público. Ora, neste caso, não aconteceu, acrescentando-se este episódio ao crescente desinvestimento que a comunicação social nacional tem vindo a fazer no distrito e na região. Desde logo a RTP e a Lusa encerraram há anos as suas delegações na capital do Minho, ao que se seguiram outros órgãos de comunicação que, frequentemente, para cobrir um acontecimento em Braga têm que deslocar meios desde o Porto ou mesmo desde Viana do Castelo.

Braga, que além de ser este ano “Capital Europeia da Juventude”, é também há séculos a capital de uma Região, a terceira cidade do país. Guimarães é uma cidade com um património histórico inquestionável, com um peso no panorama industrial reconhecido. O Distrito continua a ser um pólo liderante fora do eixo Lisboa-Porto por direito próprio, graças à massa crítica das suas gentes, à sua atividade económica, à sua dinâmica social e académica e, claro, a sua promissora juventude. E é pena que o país macrocéfalo dos gabinetes sedeados em Lisboa não tenha ainda entendido todo este potencial humano e não seja capaz de reconhecer o seu interesse para o todo nacional.

Podemos achar que muita coisa pode e deve ser feita de forma diferente no distrito de Braga e até duvidar da oportunidade de muito do que o poder político, no Minho ou em qualquer outra parte do nosso Portugal, vai fazendo. O que não podemos aceitar é que de forma mais ou menos sistemática, uma parte do País continue a estar na face escura da informação, mesmo quando as suas iniciativas até têm chancela internacional.

Paulo Cunha, Presidente da Comissão Política Distrital de Braga do PSD
in Diário do Minho (21 de Janeiro de 2012)